A torcida atleticana é conhecida por sua paixão e fanatismo. O amor é cego, diz o ditado. E a massa alvinegra, movida por essa paixão avassaladora, é capaz de cometer loucuras e atos imagináveis, justificados apenas pela lógica torta do amor.
Um exemplo recente dessa história vem sido notado por alguns frequentadores do mineirão. No meio da Torcida Organizada Galoucura há uma bandeira com a imagem de um senhor de idade, com uma cara séria, um certo René Barrientos. Em baixo, os dizeres: “O sonho acabou”.
O torcedor mais incauto pode se perguntar: quem é esse sujeito? Talvez um reconhecido atleticano da velha guarda? Quem sabe um criador de alguma torcida alvinegra? São teorias que podem surgir na cabeça do curioso atleticano. Mas o que poucos imaginariam e o que poucos sabem é que René Barrientos foi um presidente militar de direita, que governou a Bolívia, com mãos de ferro, de 1964 a 1969.
Mas o que liga a Galoucura a um ditador de direita? Difícil de traçar um paralelo? Bem, nem tanto. Há alguns anos que a torcida Máfia Azul, do Cruzeiro, tem adotado a imagem de Che Guevara em suas bandeiras e camisetas. E Che Guevara morreu nas selvas da Bolívia, lutando em uma guerrilha, contra o governo de quem? Ninguém menos do que René Barrientos. Ou seja, René Barrientos se tornou um ídolo atleticano porque matou um ídolo cruzeirense.Não há nenhuma questão política envolvida na escolha desse novo ícone, antes que algum esquerdista se benza toda vez que ver a Galoucura no Mineirão. Um funk da torcida mostra bem o espírito da coisa “Esse cara é 22, só fez loucura, René Barrientos, 100% Galoucura”. 22 é uma alusão ao artigo do código penal que diz que quem mata sobre coerção hierárquica militar não é culpado, o culpado é o mandante do crime. No caso da morte de Che, o culpado não foi o soldado do exército boliviano que apertou o gatilho, e sim René Barrientos que ordenou a execução.
Che Guevara, René Barrientos, Comunismo, Ditadura militar, direita, esquerda. Todos conceitos importantes para se entender a história política mundial do século XX, mas quando se entra no campo das paixões futebolísticas, essas figuras e conceitos emblemáticos se tornam apenas símbolos para embalar as rivalidades.
O Direito frente à evolução social
Há 14 anos
Nos rendermos às paixões e tratar questões de tamanha importância de forma tão simplória de acordo com nossos interesses mostra o quanto estamos a caminho do "ontem". A ter que nos remeter à história com olhos voltados para o futuro preferimos usar o conhecimento de forma superficial, sem olhares profundos, como um argumento de autoridade mau utilizado. É extremamente necessária a visão crítica da situação e não simplesmente "engolir" o que a nós é dito. Vejo as torcidas organizadas como uma grande massa de manobra a serviços de seus presidentes e isso sem entrar na questão da violência, pois poucos sabem quem era Ernesto Guevara de la Serna de fato e o que sua luta significou, muito menos René Barrientos e sua jornada política.
ResponderExcluirFORA RENÉ BARRIENTOS DA GALOUCURA!!!
ResponderExcluirGALOUCURA SIM! DITADOR NÃO!!!
RENE BARRIENTOS 100 %% GALOUCURAAAAAAA
ResponderExcluirELE MATO PARA IMPOR SUA MORAL , O CHEGUEVARA QUIS PEITAR E SE DEU MAL